Paganismo

Paganismo refere-se às diversas formas de religiosidade que têm como lugar comum o encontro com o divino através da Natureza.
     Incluem-se neste conceito as religiões do antigo Egito, da Mesopotâmia, do mundo greco-romano da Antiguidade Clássica, a antiga religião dos Celtas (Druidismo), a mitologia nórdica, bem como as religiões nativas americanas, as religiões pré-colombianas, as religiões afras, afro-brasileiras, as mitologias oceânicas e muitas outras.
     Recebem a denominação de neopaganismo as crenças e práticas de grupos de pessoas que na atualidade pretendem ligar-se à natureza através das antigas religiões pagãs. Entre outras, podemos citar: o Asatrú, a Bruxaria, o Satanismo, a Wicca, a Stregheria e o Projeto Karnayana.
     Entre as principais características do paganismo podemos citar; 1.) a Mitologia. Na falta de escrituras e normas elaboradas pelo raciocínio lógico, estas religiões dependem dos mitos que formam a base de suas crenças.
2.) Por sua raiz paleolítica, dos tempos de grupos nômades de caçadores-coletores, a principal característica é uma forte ligação com á Natureza, tida como sagrada e viva.
3.) Talvez a principal característica da religiosidade Pagã seja a radical imanência divina, ou sela, a divindade se encontra na própria natureza, manifestando-se através de seus fenômenos.   
4) Desenvolvimento de uma medicina natural, baseada nas qualidades curativas das ervas, e xamânica, baseada no poder fértil da Natureza e na relação mágica com a realidade.
     Tudo isto tem um caráter muito geral, uma vez que cada religião ou crença do paganismo tem aspectos particulares que lhe são próprios e que as distinguem das demais. Toda a generalização é falha e perigosa, mas, a quantidade de tradições religiosas do paganismo nos obriga a assim procedermos.
O Xamanismo

    Entre as diferentes tradições religiosas do paganismo especial atenção merece o xamanismo. Embora a palavra xamã tenha origem na tribo siberiana dos Tugus, não existe origem histórica ou geográfica para o xamanismo, prática religiosa, de cura e filosófica encontrada no mundo todo.
    O xamanismo trabalha com profundo respeito às forças da natureza, com rituais vividos por qualquer tipo de pessoa, envolvendo cristais, fogo, água, metal, madeira. É um conceito de vida que busca no autoconhecimento a chave para o equilíbrio do ser.
    O sacerdote do xamanismo é o xamã, que entra em transe durante rituais xamânicos, manifestando poderes aparentemente sobrenaturais, e invocando espíritos da natureza.
    O xamã é tido como um profundo conhecedor da natureza humana, tanto na parte física quanto psíquica.
    O xamanismo é constante em todas as etnias indígenas brasileiras, sendo o xamã conhecido como pajé na língua tupi. Entre os índios Guarani Kaiová a comunicação do xamã com as divindades e os ancestrais acontece através do canto e da dança. Em algumas tribos da América do Sul além de rituais com música, e dança há utilização de plantas psicoativas.
    Entre os índios Kaingang, que chamam os xamãs de kuiã, estes não se ocupam apenas da cura, mas também do conhecimento demonstrando uma profunda capacidade na manipulação da relação entre Natureza, Cultura e Sobrenatureza.
    Além do poder de cura, os kuiã desenvolvem a capacidade de ver o que irá acontecer com aqueles que vivem no grupo. No caso de uma luta entre grupos rivais os kuiã sabem quando os adversários estão preparando um ataque. Embora a atuação dos kuiã não esteja restrita ao domínio da cura, esta é uma de suas principais atribuições. O xamanismo Kaingang é uma expressão da relação que estes índios concebem entre a natureza e a sobrenatureza. O xamã é um mediador que atua entre os domínios do sobrenatural e do natural, tendo sua reputação construída em virtude de suas habilidades de cura e capacidade no conhecimento das relações com o sobrenatural.  tendo sua reputaçal e do natural. e de tradiç

Culto dos mortos

    O Culto dos mortos ocupa lugar importante nos rituais e na liturgia de, praticamente, todas as religiões.
    O Culto dos mortos é uma prática baseado na crença de que o falecido tem uma existência contínua e possui a capacidade de influenciar a sorte dos vivos: na Igreja Católica, os santos são venerados como intercessores junto a Deus.
    Já na pré-história, no período Paleolítico, o Homo Sapiens Neandertal enterrava seus mortos na posição fetal, pintados e adornados com amuletos pessoais. É possível encontrar inclusive indícios na crença para além da morte.
    Em algumas culturas orientais e nas tradições de nativos americanos, o objetivo da veneração dos ancestrais é garantir-lhes continuo bem estar e, para pedir-lhes favores especiais. 
    O culto dos mortos ocupa posição central na religião egípcia. Vamos resumir o julgamento a que o morto era submetido. Depois de ter falecido e o seu corpo embalsamado, os egípcios acreditavam que a alma do morto era levada a presença de Osíris, que era acompanhado por quarenta e dois juízes com cabeça de animal e uma faca na mão. O morto jurava sua inocência e o seu coração pesado contra a pluma da verdade, enquanto o monstro Ammut esperava para devorar o coração caso fosse condenado: sendo inocentado, sua alma entrava num local idílico; os Campos Elísios, onde a Primavera era eterna.
        A luta entre o bem e o mal, bem como a recompensa numa vida futura para os bons e o castigo para os maus é comum em muitas tradições religiosas. Esta crença numa vida futura relativisa o nosso entendimento da morte.

Sacrifício Humano

      No culto prestado a divindade, o homem oferece inúmeros sacrifícios entre frutos e animais e, em alguns casos até mesmo o sacrifício de outros homens. Hoje estes sacrifícios humanos são praticamente inexistentes, mas no passado eles foram praticados. Vejamos alguns exemplos:
     Em Israel quando eram sacrificados os primogênitos, podia implicar também a prática dos sacrifícios humanos, comuns em Canaã, em honra a Yahvé. É o que se diz a respeito de Hiel que sacrificou seu filho primogênito ao reedificar Jericó. (Josué, 6,26; I Reis, 16,34).  
     Os ritos cerimoniais celebrados nas tradições nórdicas, muitas vezes giravam em torno do sacrifício humano a certos deuses, como Odin e Tîwaz. Os sacrifícios em honra a Wodan e Odin incluíam também vítimas humanas, que eram estranguladas ou apunhaladas, há provas que este tipo de sacrifício continuou até o século X. Afirma-se que corpos de homens e animais sacrificados pendiam de árvores e podiam ser vistos nos santuários de Upssala e Leire no final do período Viking.
      No antigo Peru os sacrifícios humanos eram celebrados apenas em ocasiões muito especiais, como na coroação de um novo monarca. Os Incas ofereciam meninos de dez a quinze anos ás divindades mais importantes. A vítima era sacrificada arrancando-lhe o coração, por estrangulamento ou sendo queimadas vivas.
      Na América do Norte, os índios sacrificavam uma jovem prisioneira, que representava a estrela da tarde, com uma flechada no coração. Seu espírito unir-se-ia à estrela da manhã. Os Iroqueses sacrificavam também os mais bravos dentre os guerreiros prisioneiros.
      Na Nova Guiné, após vários dias de dança e toques de tambor, chega o momento em que os garotos iram ser iniciados na vida adulta. È construída uma cabana, sustentada por quatro toras e, uma bela jovem, adornada como uma deusa se coloca nomeio da cabana e a seguir cerca de seis jovens ainda virgens, um após os outros têm sua primeira experiência sexual com a jovem; quando o último dos jovens está no auge de seu relacionamento, as toras que sustentam o teto da cabana são retiradas e os dois são mortos. A seguir, num ritual canibalesco, são assados e devorados pelos demais membros da tribo.
     Entre os Maias, após um jogo (similar ao basquete) o capitão da equipe vencedora era sacrificado, em pleno campo de jogo, pelo capitão da equipe perdedora.
     Mais do que o culto aos deuses, o grande significado dos sacrifícios humanos é a crença da necessidade da morte para que haja nova vida. Se o grão não morre, a planta não nasce.

Bibliografia
   
        Geo Widengren – Religião judeu-israelita – História Religionum (I Vol.) – C. J, Bleeker – G. Widengren.
        H. R. Ellis Davidson – Religião dos germanos – História Religionum (I Vol.) – C. J, Bleeker – G. Widengren.
        Antje Kelm – Religião do Peru pré-colombiano – História Religionum (I Vol.) – C. J, Bleeker – G. Widengren.
        J. R. Fox – Povos sem Escritura – Norte América – História Religionum (II Vol.) – C. J, Bleeker – G. Widengren.
        Wilkipédia/Paganismo – Internet
        Wilkipédia/Xamanismo – Internet
        Wilkipédia/Ritual e Xamanismo – Internet
        Wilkipédia/Culto dos Mortos – Internet
        Wilkipédia/Religião no Antigo Egito – Internet

Joseph Campbell com Bill Moyers – O Poder do Mito.        

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